sexta-feira, 29 de junho de 2012
Devoção versus fanatismo
"Anjo da Guarda, minha companhia, guardai a minha alma de noite e de dia"
Começa assim a nossa (minha e da Maria grande) oração antes de dormir.
Segue-se a oração espontânea "Obrigada Jesus, por seres meu amigo; obrigada pelas minhas tias; obrigada por (...)
Eu digo uma palavra, ela diz outra e assim terminamos o dia, sem esquecer de agradecer todas as coisas boas recebidas.
Até aqui tudo muito bem.
Ontem, eram 05h45, fui arrancada dos braços de Morfeu, com os gritos da Maria grande "quero dizer o anjo da guarda".
Queres o quê?!!! "QUERO DIZER O ANJO DA GUARDA"
Lá comecei a oração, e a tontinha (que eu pensava estar a sonhar alto) conseguiu dizê-la, direitinha, até ao fim.
Depois de acabar, virou-se para o lado e continuou o seu soninho retemperador.
Já eu fiquei com uma daquelas dores de cabeça que nem vos conto. Mais tarde consegui voltar a adormecer e, claro, deixei passar a hora.
Asseguro-vos que ser acordada de um sono profundo duas vezes é coisa para nos deixar abananados o dia todo.
Resultado, estou agora com receio que a moça vire fanática e me obrigue a jejuar e usar um cilício à cintura (sim, que ela é mais do género de fazer propmessas para os outros cumprirem.
Baixinha, mas feliz
Ontem, depois de mais uma daquelas minhas grandes confusões com datas, levei a Titocas ao centro de saúde.
A pequena é rasteirinha, está no percentil 10 de altura.
Já na consulta anterior, o médico me tinha dito para não me preocupar com isso, assim como se o facto de ser baixinha fosse algum problema.
Nesta consulta, o médico vou a fazer referência a isso, mas acrescentou O ponto essencial "vê-se que é uma criança feliz".
Ora aí está, a Titocas é uma criança feliz. Pudera, quem não seria feliz tendo o resto do mundo a prestar-lhe vassalagem e a tratar-lhe de cama, rabo e roupa lavada?
Infelizes são os pais, que podem esquecer a possibilidade de vir a ganhar dinheiro com os desfiles da princesa na passarelle.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Nunca mais chega Julho
Ando ansiosa que chegue Julho, não só porque significará que as férias estarão logo ali ao virar da esquina mas porque será mês de revisão geral no IPO.
Com o aproximar das consultas aparecem-me sempre as comichões e os gânglios. O nosso subconsciente é tramado.
É curioso que esta nova ronda pelo IPO seja em Julho, o mês que ficou marcado em mim pelos piores motivos.
Foi em Julho de 2009 que iniciei a quimio e que vivi os momentos de maior angústia e aflição pois tinha um medo enorme de todos os efeitos secundários.
O que vale é que os meus dias são sempre tâo preenchidos que são pouco os momentos para parar a pensar.
Vamos lá dar corda ao relógio
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Ratos mortos
Deixei-as sózinhas durante 30 segundos e quando me reaproximei, consegui ouvir "Tita, a mãe cheira a ratos mortos".
Incrédula, quis acreditar ter ouvido mal.
"Quem é que cheira a ratos mortos, Leonor ?!!!!". O sorriso envergonhado comprovou o que tinha acabado de ouvir.
Não só falavam de mim pelas costas, como falavam mal (e tinham noção disso).
Tentando abstrair-me da gravidade da situação, só queria que as pessoas que, habitualmente, convivem comigo tenham a frontalidade de me dizer se é verdade o que as minhas adoradas filhas estavam a comentar.
Como devem imaginar, é constrangedor para mim sair à rua a partir de hoje.
terça-feira, 26 de junho de 2012
É por causa delas
Humilhada e maltratada
Dois dias depois do trágico desaparecimento da pê pê amarela, levei a criação à pediatra.
Aquilo que era suposto ser uma consulta de rotina, das crianças, transformou-se numa sessão de psicanálise (da mãe).
Com o coração em chagas, contei o episódio da pê pê amarela, a dor da Leonor ao vê-la feita em duas e tentei desculpar o pai pela atitude explosiva.
Estava mesmo convencida que a pediatra me iria desancar, encaminhar a Leonor para consultas de psicologia e participar a ocorrência ao Ministério Público e CPCJ e preparei-me para o embate.
A reacção não podia ter sido mais directa - "o pai fez muito bem, ela tentou humilhá-la e não há mau acordar no mundo que justifique que alguém maltrate as outras pessoas.
Não se sinta culpada".
Quando cheguei a casa, contei ao papá, que me disse "tu não devias deixar que ela (a Leonor) te fale assim e acredita que não vos custou mais a vocês do que a mim".
Certo, certo é que a coisa resultou mesmo e a cachopa quase nem se lembra da pê pê, embora de vez em quando, e sorrateiramente, aproveite para dar uma lambidela na da irmã.
Eu é que, pelos vistos, estarei a precisar de ajuda especializada.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
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